O caso Charlotte Cohen explode novamente após decisões inéditas em 2025
A história de Charlotte Merryl Cohen-Tenoudji registrada no Brasil como Isabella dos Santos voltou ao centro do debate público após uma série de novas revelações documentais, reportagens investigativas e decisões judiciais que reconhecem oficialmente a existência de adoções ilegais no país durante os anos 1980.
O caso, que ganhou destaque nas últimas semanas, expõe um sistema clandestino que retirou milhares de bebês de famílias vulneráveis e os enviou para o exterior com identidades falsificadas.
A série documental “Vidas Roubadas – A Saga de Isabella” trouxe à luz detalhes desse esquema, revelando como orfanatos de fachada operavam com participação de agentes públicos e intermediários, falsificando documentos e registrando crianças como abandonadas para facilitar a exportação ilegal. Charlotte é uma dessas crianças.
A investigação aponta para uma estrutura organizada que atuava especialmente em regiões pobres do país, onde mães jovens eram induzidas a entregar seus filhos sob a promessa de assistência ou sob registros forjados de abandono.
Décadas depois, essas crianças cresceram acreditando não ter vínculos no Brasil, e muitas ainda buscam suas origens, enfrentando documentos inexistentes, registros adulterados e lacunas irreparáveis na própria identidade.
Em 2025, o Ministério Público Federal obteve decisões judiciais inéditas garantindo indenização às vítimas dessas adoções forçadas, abrindo um precedente histórico e reconhecendo oficialmente que existiu um esquema de tráfico de bebês operando de forma estruturada.
A decisão marca um passo importante na reparação dessas violências, embora, para muitas famílias, o tempo jamais apague o que foi arrancado.
Charlotte segue tentando reconstruir sua trajetória, em meio a documentos contraditórios, memórias fragmentadas e uma história que ela mesma não pôde viver. Hoje, seu nome se tornou símbolo de um capítulo ainda pouco discutido da história recente do país, envolvendo adoções irregulares, tráfico internacional e um silêncio institucional que durou décadas.
O caso de Isabella/Charlotte evidencia um passado que insiste em retornar, justamente porque nunca foi devidamente enfrentado. É sobre vidas apagadas, famílias interrompidas e a urgência de reconhecer que a verdade, mesmo tardia, continua sendo um direito.
