A noite da última terça-feira (9) foi marcada por emoção e participação do público no lançamento dos livros “O Consenso da Morte” e “Mantenha os Ossos Vivos”, do antropólogo Graham Denyer Willis, na Livraria da Alameda, no Bixiga, em São Paulo.

Com a presença do autor, o evento reuniu leitores, pesquisadores e familiares de pessoas desaparecidas, criando um ambiente de profunda troca e reflexão.

Willis, que há anos estuda a violência e os desaparecimentos no Brasil, destacou a importância da memória, da escuta e do reconhecimento das histórias que atravessam suas obras.

No encontro, familiares presentes se emocionaram ao ver suas experiências representadas com sensibilidade e rigor.

O público também reagiu intensamente às discussões propostas pelos livros, que abordam desde a violência pelo Estado até a luta contínua das famílias por respostas.

O lançamento terminou com longas conversas, autógrafos e uma sensação coletiva de que os livros de Willis cumprem um papel essencial: transformar dor em narrativa, memória em resistência e pesquisa em ferramenta de luta. 

O desaparecimento de Cláudia Pinho Hartleben em 9 de abril de 2015, na cidade de Pelotas (RS), permanece como um dos episódios mais intrigantes e inquietantes da região Sul. A professora universitária teria saído para visitar uma amiga e não foi mais vista.

Ao verificarem sua residência, familiares encontraram todos os pertences no local: celular, notebook, documentos, bolsas e até o carro estacionado com a chave na ignição. Não havia sinais de arrombamento, luta ou qualquer movimento que indicasse saída voluntária.

Segundo reportagens publicadas, as investigações formais duraram quatro anos. Durante esse período, o Ministério Público avaliou duas pessoas como possíveis suspeitas, mas a falta de provas impossibilitou qualquer indiciamento.

Em 2019, o caso foi arquivado, e desde então não surgiram novos elementos que justificassem a reabertura. Uma das pessoas inicialmente investigadas faleceu posteriormente, reforçando o sentimento de impasse vivido pela família.

Hoje, dez anos após o desaparecimento, o caso permanece sem solução. A ausência de pistas, a falta de respostas e o silêncio que se instalou ao longo dos anos continuam mobilizando familiares, amigos e parte da comunidade, que ainda esperam entender o que realmente aconteceu naquela noite em Pelotas.

A história de Charlotte Merryl Cohen-Tenoudji registrada no Brasil como Isabella dos Santos voltou ao centro do debate público após uma série de novas revelações documentais, reportagens investigativas e decisões judiciais que reconhecem oficialmente a existência de adoções ilegais no país durante os anos 1980.

O caso, que ganhou destaque nas últimas semanas, expõe um sistema clandestino que retirou milhares de bebês de famílias vulneráveis e os enviou para o exterior com identidades falsificadas.

A série documental “Vidas Roubadas – A Saga de Isabella” trouxe à luz detalhes desse esquema, revelando como orfanatos de fachada operavam com participação de agentes públicos e intermediários, falsificando documentos e registrando crianças como abandonadas para facilitar a exportação ilegal. Charlotte é uma dessas crianças.

A investigação aponta para uma estrutura organizada que atuava especialmente em regiões pobres do país, onde mães jovens eram induzidas a entregar seus filhos sob a promessa de assistência ou sob registros forjados de abandono.

Décadas depois, essas crianças cresceram acreditando não ter vínculos no Brasil, e muitas ainda buscam suas origens, enfrentando documentos inexistentes, registros adulterados e lacunas irreparáveis na própria identidade.

Em 2025, o Ministério Público Federal obteve decisões judiciais inéditas garantindo indenização às vítimas dessas adoções forçadas, abrindo um precedente histórico e reconhecendo oficialmente que existiu um esquema de tráfico de bebês operando de forma estruturada.

A decisão marca um passo importante na reparação dessas violências, embora, para muitas famílias, o tempo jamais apague o que foi arrancado.

Charlotte segue tentando reconstruir sua trajetória, em meio a documentos contraditórios, memórias fragmentadas e uma história que ela mesma não pôde viver. Hoje, seu nome se tornou símbolo de um capítulo ainda pouco discutido da história recente do país, envolvendo adoções irregulares, tráfico internacional e um silêncio institucional que durou décadas.

O caso de Isabella/Charlotte evidencia um passado que insiste em retornar, justamente porque nunca foi devidamente enfrentado. É sobre vidas apagadas, famílias interrompidas e a urgência de reconhecer que a verdade, mesmo tardia, continua sendo um direito.

Em 17 de junho de 1994, a pequena Patrícia Requena Gonçalves da Silva, de apenas 5 anos, desapareceu enquanto brincava no pátio de um prédio em Cidade Tiradentes, São Paulo. O que começou como uma tarde comum se transformou em uma das histórias mais dolorosas e misteriosas do Brasil.

Sua mãe, Lucélia Requena de Araújo, viu sua vida mudar para sempre naquele dia. Testemunhas falaram de um carro vermelho saindo em alta velocidade. Uma criança disse ter visto Patrícia entrar em um carro “cor de sangue”. Mas quem estava lá? Foi coincidência ou uma pista-chave?

O desaparecimento de Patrícia levantou inúmeras perguntas e até hoje sua família não tem respostas. Houve investigações, pistas falsas, pedidos de dinheiro, mas nada trouxe Patrícia de volta.

Será que ela foi levada para longe? Será que poderia estar viva em algum lugar, sem saber sua verdadeira identidade?

Assista ao vídeo completo e acesse nosso site para ter toda a investigação e os detalhes desse caso real que ainda ecoa quase 30 anos depois.

Em 3 de maio de 2007, Madeleine McCann desapareceu de um resort no Algarve, Portugal, enquanto seus pais jantavam a poucos metros do local. A notícia chocou o mundo e desencadeou uma busca internacional sem precedentes.

O desaparecimento de Madeleine McCann permanece sem solução mesmo após 18 anos.

O caso ganhou repercussão internacional, documentários, reviravoltas nas investigações e, em 2020, um novo suspeito: o alemão Christian Brueckner, preso por outros crimes, mas nunca formalmente acusado pelo desaparecimento de Madeleine.

Hoje, 17 de setembro de 2025, aconteceu libertação de Brueckner por outro crime cometido na mesma época, ele se reserva ao silêncio diante das autoridades e o mistério continua alimentando teorias e deixando a pergunta no ar: algum dia saberemos a verdade?

O que aconteceu com Madeleine? A libertação de Brueckner trará respostas ou manterá o mistério vivo?